Celebrações dos 500 anos de Evangelização
- João Cunha | Patrícia Cunha | Rosa Maria
- 15 de ago. de 2015
- 3 min de leitura
14 e 15 de Agosto ||
O grupo Vin Por Ti, madrugou bem cedo a convite do Rev. D. Basílio Nascimento, para tomar parte nas celebrações de comemoração dos 500 anos da Evangelização de Timor pelos Portugueses (mais concretamente em 1515 pelos padres Dominicanos) em Díli.
Para tal o grupo tomou o pequeno almoço bem cedo, pelas 7h da manhã, fazendo-se à estrada, para uma viagem de 3h até à capital, o grupo serviu-se da boa vontade das Irmãs da Divina Providência, que amavelmente cederam o seu “minibus”, tornando a viagem menos fatídica.
Ao chegarmos, fomos convidados a marcar presença no acontecimento único da assinatura da concordata entre a Santa Sé e o governo de Timor Leste, através do Secretário de Estado do Vaticano sua Eminência o Cardeal Pietro Parolin (o equivalente hierarquicamente ao primeiro ministro português).
Tratou-se de uma possibilidade de vislumbre e presença, raros, visto que fora a primeira vez que a assinatura de tal documento ocorreu fora do Estado do Vaticano.
Seguiu-se o almoço volante, dando a possibilidade ao grupo Vin Por Ti, de confraternizar, junto dos vários ilustres convidados, dando a conhecer o grupo e a génese do mesmo.
De seguida, e após a possibilidade de falar com o próprio, Rev. Cardeal Pietro Parolin; comprovada pelas fotografias em anexo, o grupo, fez-se de novo à estrada para um dos desafios mais marcantes desta Missão 2015. Tratou-se da romagem dos dois ícones/símbolos da Evangelização Portuguesa|Piedade popular (Imagem de Nossa Senhora da Conceição e a Santa Cruz), até ao local onde o Papa São João Paulo II, numa visita relâmpago, expôs criando um maior mediatismo e enfoque à situação de instabilidade resultante da invasão Indonésia. Quebrando para isso, o protocolo de estado, prostrando-se por terra em “Tasitolo” e beijando no chão uma cruz de madeira, simbolizando que Timor era uma terra de Deus.
Esta romagem, gerou um misto de emoções, no grupo, devendo-se ao facto de o grupo ter sido acolhido e conduzido pelo povo timorense ao longo de 6kms, por CENTENAS DE MILHARES DE PESSOAS, que com o seu temor e ferverosidade, marcaram presença. Desta feita ignorou-se: a pobreza visível de crianças e adultos; o anoitecer aliado à escuridão por ausência de luzes/lampiões públicos; o pó/poeiras das motos e carros; o cansaço/fadiga proveniente em grande parte do calor e humidade relativa.
Chegados ao local o grupo recolheu-se nas suas orações, acolhendo a chegada dos símbolos da presença portuguesa e o impacto causado na actual população timorense (segunda maior população cristã, per capita, do mundo, apenas ultrapassada pelo Estado do Vaticano). Regressamos à casa diocesana em Díli para recuperar e descansar, para a solene Eucaristia do dia seguinte.
Já na manhã do dia 15 de Agosto, dia de Nossa Senhora da Assunção/Saúde, o grupo dirigiu-se para “Tasitolo”, para a solene Eucaristia comemorativa dos 500 anos da Evangelização, o momento de grande profundidade, trazendo à memória todo aquela força de viver, exercida por um povo, acarinhado por nós, à distância é certo, chocando-nos muitas vezes, pelas notícias televisivas dos múltiplos clamores e rumores de massacres, sem causa nem justificação.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo, para sempre seja Louvado por sua Mãe Virgem Santíssima, em terra de Timor.
Numa possibilidade única, dois dos voluntários, tiveram a oportunidade de acolitar, juntamente com os seminaristas, à solene Eucaristia, realçando o facto de serem os únicos portugueses em cima do presbitério, numa celebração, onde se recorda a missão primordial dos Portugueses (na zona de Oecuse, mais concretamente em Lifau). Na opinião dos jovens voluntários, a voz tremeu a cada resposta, a pele arrepiou-se nos vários momentos eucarísticos, na proximidade e visionamento de uma extensão infindável de pessoas, que mais uma vez a uma só voz, responderam, cantaram e dançaram, demonstrando a sua felicidade, cultura e gratidão.
Terminada a celebração, o grupo fora incluído, no almoço de Estado na casa das irmãs salesianas, onde mais uma vez a confraternização, permitiu conhecer melhor a vivência e costumes de um povo, demonstrando as suas múltiplas semelhanças com a nossa cultura.
Após mais uma interacção, com os vários intervenientes eucarísticos, aproveitamos o resto da tarde, para visitar o Museu da Resistência, da Fundação Mário Soares, bem como o Mercado dos “Tais”.
O dia terminou com um jantar típico português, confecionado por uma família portuguesa radicada em Timor – Restaurante TITOS, com um anfitrião muito especial e acarinhado por todos, o próprio Bispo D. Basílio do Nascimento.
Mais uma experiência vivida, onde a confraternização e o convívio, tomaram parte. Obrigado Sr. Bispo, por ter dispensado o seu tempo, para nos acompanhar nesta caminhada.
Fiquem com as fotografias destes momentos inesquecíveis.

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